Informação é tudo aquilo que tem o poder de fazer conhecer, instruir e participar. Eis o principal instrumento dos jornalistas. E dos fotógrafos. A língua transmite a notícia, enquanto a imagem é uma prova dela. E ambas são delimitadas pelo olhar daquele que informa, pois, as palavras são limitadoras e a fotografia também: são recortes.
Não só os amantes das letras têm o dom de fazer poesia. A poesia encontra-se no universo... E cabe aos dispostos traduzi-la. A partir daí é possível encontrar um novo sentido para a imagem: sensação. Os poetas da língua escrita fazem-nos delirar. Os poetas da visão nos oferecem uma viagem. Uma fotografia, como janela para o mundo, proporciona conhecimento, aventuras, desejos e cumplicidade. Ela evoca reação daquele que a contempla. Ela chama o indivíduo a tornar-se parte dela.
O repórter fotográfico tem como dever capturar a informação contida na ocasião do fato. O bom repórter fotográfico, religiosamente, faz a captura do ambiente. Ele vai mostrar além daquilo que é visto: mostrar o novo e o diferente. Esse poeta vive a descoberta e proporciona esse vislumbramento a outros, como o poeta da língua. A diferença é que o primeiro, para captar uma íntima realidade, precisa estar dentro da realidade e não se fazer perceber, para não interferir nela.
Ele saberá que seu produto foi bom, quando seu receptor viver uma comunhão entre o recorte e a realidade. E isso só é possível quando o recorte for capaz de provocar nos outros aquilo que “imunemente” o fotógrafo eternizou. Imunemenete porque em certos casos ele precisa estar despercebido até dos próprios sentimentos para poder servir de meio; em outros, percebido demais.
A cumplicidade nasce nesse momento: no relacionamento do fotógrafo com o mundo. Desse ponto, ela segue até o leitor. Em todo caso, será a máquina que, apesar de qualquer sentimento, encorajará o repórter a transmiti-lo ao mundo. Seja por querer compartilhar esplendor, seja por querer informar, seja por querer reivindicar solidariedade.
Essa profissão é bendita em uma peculiaridade: ela traduz a realidade. Enfim, a mensagem não tem fim. Ela estará infinitamente percorrendo os olhares... Em uma só palavra ou uma mesma imagem.
Atos que violam o direito do outro e que desviam da prática de deveres do cidadão comum sempre estiveram presentes na humanidade, embora a cada geração, causem mais preocupações à sociedade. “Costume de casa vai à praça”, ditado a parte, talvez os costumes caseiros não se espelhem na conduta do indivíduo em meio social (pois há o disfarce); mas sem dúvidas, os valores do ser humano estão estampados em cada ação realizada; em qualquer dos meios. Será essa a questão a se desvendar para ser construída uma sociedade de paz?
A educação sempre foi vista como a principal ferramenta de inclusão social e de formação (seja geral, profissional e formação de conduta). Os filhos são enviados pelos pais a escola desde cedo, com o objetivo de fazê-los “ser alguém na vida”. Geralmente, a família visa a possível ascenção social que o estudo pode oferecer. Entretanto, em muitos dos casos, a família esquece que faz parte da engrenagem, no processo de formação. Na formação de um indivíduo completo, capaz de distinguir o certo e o errado, e de traçar os melhores caminhos.
A partir de então, a responsabilidade fica apenas com a escola. Isso é um mal que assola qualquer classe social. É nesse contexto que ricos e pobres se encontram e dão as mãos. E como “a união faz a força”, qualquer tipo de ação realizada em conjunto, como por sociedades organizadas, ganha força e alcança vitória. Assim é com a violência e com o tráfico. Exemplos de grande porte, grandes favelas, como a da Rocinha, no Rio de Janeiro, são a prova real de que uma sociedade organizada mantém a estabilidade, seja qual for o objetivo (bom ou mal). E se o exemplo não vem de dentro de casa, vem de fora. A escola sem um elo familiar, torna-se fraca.
Reinventando o ditado, por que não “a cultura de casa ir à praça”? A cultura está bem além de assentos escolares. Está na linguagem, nos valores. Se a família souber aliar os fatores, os descendentes estarão mais preparados para lidar com a vida, com sucesso nas experiências de mundo. Junto às orientações escolares, é possível garantir a boa formação de um ser humano. Talvez não tão simples quanto palavras, mas eficaz como atitudes.