sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Será um sonho a democracia?


O sentimento de democracia surge a partir do momento que o povo sente necessidade de poder participar do poder, fazendo as escolhas sociais correspondentes ao seu desejo/necessidade. A sociedade com os ideais democratas objetivam o debate e o atendimento as causas populares, deixando de ser apenas um governo autoritário com interesses próprios. A origem do termo se deu na Grécia.

É inevitável, porém, na democracia, a presença do conflito. Mais que isso, ela é indispensável. É através do encontro de idéias adversas e de pensamentos heterogêneos que é possível a realização de uma democracia de todos. É preciso fazer do conflito uma assimilação que atenda o interesse geral e comum, de modo a unificar a política de forma justa, superando as dificuldades e diferenças. Daí a importância do debate. Isso só é possível através da rotatividade, isto é, do acesso geral ao poder, sem privilégios de classes ou grupos. Sendo então, todos representados legitimamente na esfera social, abrangendo todas as camadas. Outro ponto importante é a livre circulação de informação, acesso a cultura e produção de ambos. Essa característica é chamada de abertura.

Vemos que tudo são ideais e nem sempre existem concomitantemente em alguma forma de governo democrático atual. Porém, ainda é o que os atores sociais e políicos almejam na maioria das sociedades.

A situação política atual, com as eleições, passa por momentos de crise e reflexão. Como escolher dentre os candidatos, o que irá satisfazer as principais carências sociais, atingindo todos os setores e garantindo um futuro promissor? Existem muitas políticas a curto prazo defendidas por todos os candidatos, mas a solução está no investimento enraizado. É preciso combater o pensamento aristocrático e uma ideologia de classes permanentemente dominantes. A sociedade estratificada em classes sociais, apesar de manter as diferenças, teoricamente é uma sociedade que permite a mobilidade entre as mesmas. Portanto, aproveitando os valores teóricos já existentes, é preciso legitimá-los. E um dos meios mais eficazes é a educação como revolução (a chamada Revolução Doce, por Cristovam Buarque).

Então, através de análise das propostas, sinta-se convidado a pensar sobre o estilo de sociedade que você quer ver amanhã, viver sua juventude, sua formação acadêmica, oportunidade profissional... E quem sabe, se você tiver passado por tudo isso, uma aposentadoria decente, olhando o modo como seus descendentes estarão sendo moldados pela sociedade. Não vote em causas puramente imediatistas, pois sem a conscientização e a educação, ninguém saberá manter as conquistas.
Invista com seu voto, vote certo!!!

2 comentários:

  1. É, impecável o texto.

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    Eu acredito que além de votar com um pouco de consciência, o povo deveria aprender também a cobrar.

    É comum ver essa "onda política" atingir as pessoas há cada 2 anos, apenas durante a campanha política. Uma lástima que seja assim.

    Sobre o poder que a aristocracia detém, principalmente a "aristocracia política", a pior de todas, a única solução visível é a rotatividade programada, como ocorre na Áustria e Suíça. Lá, cada político pode ter somente 3 mandatos seguidos de 4 anos cada, totalizando 12 anos, e mais 12 anos fora de funções políticas diretas (ficando, a maioria deles, trabalhando internamente do partido, sem poder sobre os eleitos); Dos 3 mandatos, só 2 são do mesmo cargo. Assim, quem se reelege deputado, por exemplo, não pode se candidatar mais à mesma função para uma terceira "temporada".

    Dessa maneira poderiamos evitar os "políticos profissionais", que vivem em função de seus cargos, como empregos, e não como agentes do estado.

    Cargo político deveria ser algo como árbitro de futebol: um segundo ofício. Aumentaria a rotatividade de idéias e a intensão das ações.

    Já marquei os nomes, dentre os que votei e os que foram mais votados em todas as funções. Tremei, desocupados, que eu ficarei no encalço de todos vocês!

    Abraço, Aline!

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  2. Não existe democracia.

    Pode parecer tentativa de ser radical, ou adepto a qualquer "ismo" presente na política. Mas na verdade é bastante plausível quando se vai fundo no sentido de democracia.

    Rousseau brilhantemente nos joga na cara que apenas uma democracia representativa,com participação popular pode se considerar como tal...os gregos começam a trabalhar tal idéia muito tempo antes.

    Como dizer que vivo em uma democracia onde se é OBRIGADO a votar?De fato Aline...a democracia é um sonho...porém não distante!

    É preciso que não se confunda poder de decisão...com decidir de fato.O brasileiro pode decidir...mas será que realmente decide..arbitra na sua política?

    Enquanto a nossa política não parar de ser uilizada como profissão e veículo de duplicação de patrimônio particular...enquanto as pessoas não assumirem para si a responsabilidade de modificar a sua realidade, o que teremos é alienação...politicagem...jogo de interesses privados...mas espere aí...onde será que já vi tudo isso?

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