domingo, 10 de dezembro de 2006

A Revolução Doce


Problema secular brasileiro, problema milenar mundial. O parâmetro que aproxima todas as variações temporais e espaciais é o mesmo: importância universal. Sua temática é causa de maioria das discussões inspiradas em pareceres sociológicos que abrangem pequenas ou amplas localidades. Mais especificamente, a educação é um anseio geral, é problema e salvação de qualquer nação.

Internamente, por sua grande extensão territorial e pelo seu passado histórico, o Brasil possui inúmeras divergências, sejam climáticas, políticas ou econômicas. Mas de fato, é na educação que o país possui características comuns em todas as regiões. Totalmente elitista, sua atuação popular é precária e má distribuída. As escolas e universidades são restritas aos melhores (através de processos seletivos) e aos maiores (com posses ou melhores condições financeiras), fazendo com que não haja circulação do poder político, econômico e social.
De acordo com Gramsci, a educação, sob responsabilidade dos intelectuais orgânicos, é a grande geradora na formação de ativistas, ou seja, de atores nas possíveis revoluções sociais. Pois, como visto, grandes guerras não se atém somente a força física, mas a ela agregada de estratégia e capacidade de produção intelectual. Um exemplo histórico, não tão distante, está no iluminismo. Elucidação de idéias, legitimação de novos ideais e uma melhor geometria da pirâmide social, eram seus principais objetivos. Eis um fruto da educação.
Na maioria dos países ocidentais, atualmente, a sociedade é estratificada em classes sociais e permite mobilidade tanto vertical, como horizontal, teoricamente. Para o indivíduo alcançar uma “liberdade” na escolha de um status social é preciso estar sob um governo democrático, porém, na prática, a educação como base de qualquer mudança social está longe do alcance de todos.
A esperança é que o futuro não seja escrito (pelos historiadores) com um triste apelo emotivo herdado de uma história mundial estagnada. Mas que essa mesma história seja marcada pela conquista de uma despolarização social dado o fim das crises, sejam étnicas, econômicas ou religiosas. Utopia? A globalização já começou a agir na aproximação de países. A partir de então é necessário que seja unificada a educação dentro das próprias nações com a democratização da informação. Afinal, o momento tecnológico é facilitador, as forças políticas se dizem favoráveis. Que se faça, então, a revolução doce (conceito de Cristóvam Buarque).

Um comentário:

  1. Julgo tão importante quanto sonhar o fato de divulgar esse sonho. Quando digo sonho não quero dizer no sentido utópico ou lúdico, me refiro a um objetivo que nasce na nossa mente e então fazemos de tudo para torná-lo prática. Que bom sonhar, que bom lutar para realizá-los... Melhor ainda é ver ue ele está gerando frutos, é isso aí não podemos esquecer que quem faz o futuro somos nós jovens, mãos a obra!

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